Reflexões sobre Estágio

Conhecimentos e encantamentos:reflexões sobre o estágio 

A disciplina Estágio nos Anos Iniciais se constitui numa atividade que nos propicia aplicar os conhecimentos adquiridos no percurso formativo e o confronto desses conhecimentos na sua prática. Para além disso, serve para refletir esta realidade com vista a uma intervenção crítica e reflexiva da realidade apresentada. Confesso que durante muito tempo, me questionei se realmente queria exercer a profissão de professora, apesar de  desde criança saber que amava a profissão, sempre ouvia pessoas falarem dos muitos percalços que passaram por atuarem enquanto docentes.

 Porém quando adentro a uma sala e vejo o carinho das crianças, suas evoluções diárias e o encantamento das mesmas ao descobrirem cada letra, cada palavra nova, afirmo para mim mesma:sim! Estou no lugar certo. O lugar que me faz refletir desde o momento da chegada, quando vejo diversas crianças que moram bem distantes da escolas, descendo do ônibus e aguardando a chegada de seus professore(a)s, até o momento da saída em que, por muitas vezes, com várias incertezas, outras com sensação de dever cumprido, damos as atividades do dia como encerradas e vejo crianças encantadas com algo novo que aprenderam no decorrer da aula. 

Nessa perspectiva,concordo com a frase de CortelIa: " O conhecimento serve para encantar as pessoas..." Vejo que esse encantamento acontece não só com os alunos do 2º ano, turma em que estagio, mas também comigo e com todas as colegas que conseguem perceber a união da teoria com a prática, a "práxis", e para além disso, o quanto aprendemos neste momento de tantas atribuições, mas de grande significado para as nossas vidas pessoais e profissionais.  

Reflexões sobre o Estágio nos Anos Iniciais

Desde quando adentrei ao curso de Pedagogia, ficava me questionando como seria o estágio, por vezes me questionava se era tão difícil quanto já ouvira de alguns colegas. Apesar de já ter vivenciado a experiência do estágio na de Educação Infantil, sabia que haveria algumas mudanças para o estágio nos anos iniciais. 
Pois bem! Chegou o estágio! Inicialmente, estava meio desanimada por saber que o faria  na mesma escola a qual já havia feito o estágio anterior e não havia gostado muito (mas, isso não vem ao caso). Acreditei que meu maior problema seria este. Estava equivocada. 
Acredito que o estágio é um período de muitas aprendizagens, bem como grande crescimento. 
Mas, para mim, foi algo bem complexo, não apenas pelas demandas do próprio estágio, pois quanto à isso, já havia me preparado anteriormente. O que eu não sabia é que as outras disciplinas continuariam a ter aulas e muitos trabalhos durante este período, não sabia também que alguns professores também não entenderiam que (humanamente se falando), era no mínimo cansativo ter que assistir aulas pela manhã, estar na escola estagiando á tarde e dar conta das demandas da Universidade à noite, além de cuidar da minha vida pessoal, que diga-se de passagem, estava um caos.  
Não escrevo essas coisas como alguém que denuncia, até porque me lembro bem de uma professora que tive que sempre dizia: "vamos praticar o anúncio ao invés da denuncia." Pois sabemos que este ultimo por vezes é quase sempre mais fácil que o primeiro. 
Todavia, penso que se tivesse mais tempo disponível na época do estágio, seria bem mais proveitoso, porque teria mais tempo para fazer melhores planos de aulas, recursos e dinâmicas, e, para além disso, refletir sobre a minha prática na escola, sobre situações dilemáticas e melhores formas de resolvê-las, bem como aproveitar melhor este período. 
Tensões a parte, foi muito interessante planejar juntamente com minha dupla, cada atividade, cada plano de aula. Algo que fico bastante encantada, é ver o avanço de boa parte das crianças, o interesse delas em participar das atividades, mas sobretudo, é ver que por vezes pensei que estaria na escola para ensinar, mas ao fim deste ciclo, percebo que também estava lá para aprender. Aprender com crianças que muitas vezes, não têm um nível esperado de proficiência da leitura e da escrita, mas me deu lições que carregarei para a vida. 
Por fim, agradeço muito á Iana, minha dupla de estágio, agradeço à nossa regente Luciana que nos recebeu e nos acolheu, sempre nos tratando enquanto colegas, respeitando e discutindo acerca de vários assuntos  voltados para a sala de aula, também sou muito grata as professoras de estágio, (em especial a pró Rosângela que nos acompanhou neste período) tenho muito respeito e admiração pelo trabalho que vocês desempenham. 

Fontes Pré Profissionais

 Paulo Freire já dizia:"Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender." E ao repensar esta frase a qual me inspira bastante, lembro-me de quando ainda criança sonhava em ser professora e fazia questão de ensinar minhas primas menores as suas tarefas de casa. Minhas primas tinham muitas dificuldades em fazer as tarefas e sempre que as traziam da escola, pediam para que eu as ajudassem, com isso além de tentar ajudá-las do jeito que eu achava certo naquele momento (o que funcionava muitas vezes), eu por vezes aprendia e muito e também ficava muito envaidecida quando elas me diziam que eu era a professora delas.

E foi partindo desse princípio que a vontade de me tornar uma professora (de verdade) foi crescendo cada vez mais. Apesar de duvidar disso por várias vezes, inclusive num determinado momento em que eu sofri bullying por parte de alguns colegas de sala durante o Ensino Fundamental, além de ser maltratada por uma professora nesta mesma época. Foram episódios que me afetaram negativamente na época. Porém, como afirmou Onélio Cardoso: "o ser humano é movido por duas grandes fomes: a de pão e a de beleza. A fome de pão é saciável, a de beleza é infindável". Nesse sentido, não me abstenho em dizer o quão belo é a arte de ensinar, de estar todos os dias contribuindo para a formação profissional e pessoal de muitas pessoas. Pensando em todas essas coisas, ingressei no ensino médio com finalidade de cursar o Magistério, porém no final do primeiro ano, soube que no IERP, local onde estudei, não teria mais este curso. Fiquei bastante desmotivada, já que cursar uma universidade era algo muito distante da minha realidade, na época. 

Mesmo sem acreditar, me inscrevi no vestibular da UESB, para tentar uma vaga no curso de Letras. E saber que havia sido aprovada, foi algo que me deixou bastante feliz. 

Comecei a cursar o que que tanto sonhara, porém, após cursar alguns semestres, tive que escolher entre continuar no curso ou trabalhar, já que nesta época eu era a pessoa responsável pelo sustento da minha família. Escolhi continuar trabalhando, em seguida, fiz o Curso Técnico em Enfermagem e trabalhei alguns anos em alguns lugares da área de saúde. 

Porém, a vontade de me tornar professora, permanecia ali e eu sabia que ainda cursaria algo nas áreas de licenciatura. 

Por incentivo do meu marido, me inscrevi no vestibular e fui aprovada para o curso de Pedagogia. Atualmente, estou no sétimo semestre deste curso e, vejo quanto tem sido importante para a minha formação profissional e pessoal, pois apesar de alguns entraves, vejo o quão belo é o poder de transformação social que podem ter os professores  e professoras.