Paulo Freire já dizia:"Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender." E ao repensar esta frase a qual me inspira bastante, lembro-me de quando ainda criança sonhava em ser professora e fazia questão de ensinar minhas primas menores as suas tarefas de casa. Minhas primas tinham muitas dificuldades em fazer as tarefas e sempre que as traziam da escola, pediam para que eu as ajudassem, com isso além de tentar ajudá-las do jeito que eu achava certo naquele momento (o que funcionava muitas vezes), eu por vezes aprendia e muito e também ficava muito envaidecida quando elas me diziam que eu era a professora delas.
E foi partindo desse princípio que a vontade de me tornar uma professora (de verdade) foi crescendo cada vez mais. Apesar de duvidar disso por várias vezes, inclusive num determinado momento em que eu sofri bullying por parte de alguns colegas de sala durante o Ensino Fundamental, além de ser maltratada por uma professora nesta mesma época. Foram episódios que me afetaram negativamente na época. Porém, como afirmou Onélio Cardoso: "o ser humano é movido por duas grandes fomes: a de pão e a de beleza. A fome de pão é saciável, a de beleza é infindável". Nesse sentido, não me abstenho em dizer o quão belo é a arte de ensinar, de estar todos os dias contribuindo para a formação profissional e pessoal de muitas pessoas. Pensando em todas essas coisas, ingressei no ensino médio com finalidade de cursar o Magistério, porém no final do primeiro ano, soube que no IERP, local onde estudei, não teria mais este curso. Fiquei bastante desmotivada, já que cursar uma universidade era algo muito distante da minha realidade, na época.
Mesmo sem acreditar, me inscrevi no vestibular da UESB, para tentar uma vaga no curso de Letras. E saber que havia sido aprovada, foi algo que me deixou bastante feliz.
Comecei a cursar o que que tanto sonhara, porém, após cursar alguns semestres, tive que escolher entre continuar no curso ou trabalhar, já que nesta época eu era a pessoa responsável pelo sustento da minha família. Escolhi continuar trabalhando, em seguida, fiz o Curso Técnico em Enfermagem e trabalhei alguns anos em alguns lugares da área de saúde.
Porém, a vontade de me tornar professora, permanecia ali e eu sabia que ainda cursaria algo nas áreas de licenciatura.
Por incentivo do meu marido, me inscrevi no vestibular e fui aprovada para o curso de Pedagogia. Atualmente, estou no sétimo semestre deste curso e, vejo quanto tem sido importante para a minha formação profissional e pessoal, pois apesar de alguns entraves, vejo o quão belo é o poder de transformação social que podem ter os professores e professoras.
Oi Ionara!
ResponderExcluirObserve que sua paixão pela Pedagogia está lá nas suas fontes pré profissionais, ensinando seus pares os deveres escolares. A articulação com Paulo Freire tornou seu texto belíssimo.